segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sementes da Saudade



Era uma vez um passado e talvez

Fosse então fruto da recordação
Sol e avidez, areais, ombros nus
Em cada chão sementes de Verão


Au revoir lividez, tristes tigres da tez
Tenra idade, o fruto da vontade
À esperança que vês, não lhe chames prenhez
Na verdade são sementes da saudade

E podes germinar aqui ao meu lado
E não terá que ser num sentido figurado
Não partiste de vez
Segurei-te a raiz

Estou feliz, felizmente estás contente
Mas foi outro o final
Tu partiste e não faz mal
Afinal és gente com semente

Reis dos bongós, mais bonés, pés que vês
Já cá estão os frutos da estação
Mães pra o país, eis que jaz a má rês
Venham mais sementes estivais
Se este é trono, porque é que te levantas?
Sementes régias, ai são grainhas santas

Não partiste de vez
Segurei-te a raiz
Estou feliz, felizmente estás contente
Mas foi outro o final
Tu partiste e não faz mal

Afinal és gente com semente.

Maria Clementina

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